domingo, 30 de maio de 2010

Ansiedade

Eu nem sei por onde começar esse post, porque não tem nada pra explicar, é isso mesmo: estou ansiosa demais. Aliás, passei a gravidez toda assim, ansiosa por tudo: pra barriga crescer, saber o sexo, pela próxima ultra, pela próxima consulta, para o enjoo passar... E aí, as mulheres que já estavam com a gravidez no finalzinho me diziam: "você vai sentir ansiedade mesmo é no final". Eu fico lendo os relatos dos partos das mamães lá no fórum do E-family e fico pensando: "É, chegou a hora delas. E a minha, não vai chegar?" Todo mundo me diz que falta tão pouquinho, que o tempo passou rápido, mas pra mim, que estou no olho do furacão, parece uma eternidade. O que ameniza um pouco isso é que ainda estou trabalhando, aí o tempo parece passar mais rápido, não sinto o dia ir embora, quando vou ver, já foi. Além disso, não era pra eu estar ansiosa porque tenhos taaantas coisas pra resolver: voltar em Maricá pra fazer os últimos retoques no quartinho do bebê, ir às secretarias de educação do estado e município pra me informar sobre transferências, arrumar a malinha do bebê e a minha... O problema é que não tenho vontade de fazer nada disso, só quero ficar deitada ou sentada esperando o tempo passar. Tenho planos de esperar a Ana deitada numa rede lendo Amor nos tempos do cólera, do Gabriel Garcia Marquez (preciso terminar esse livro), ficar navegando na internet, vendo televisão. Mas eu sei que não conseguirei ficar quietinha esperando ela chegar, vou querer sair, ir à casa da minha mãe, limpar a casa...
O meu palpite (que tem sido muito furado) é que ela vai demorar muito pra nascer, devo dar sinal de trabalho de parto lá pela 41ª ou 42ª semana. Na última consulta, quando entrava no oitavo mês, a médica disse que não tinha nem sinal dela querer sair. É claro, né, viver num ambiente tranquilo, com sons amenos, mergulhada num líquido com sabor de Ferrero Rocher e pizza, sem sentir frio ou calor, a Ana não vai querer sair tão cedo.
Bom, estou tentando abstrair, pensar que é tão bom estar grávida, ser admirada pelas outras pessoas que dizem que a barriga está linda. Até porque, pretendo que essa seja a minha única gravidez e tenho certeza que vou sentir falta desse período. O problema são os incômodos do final, o peso da barriga, as dores nas costas, a azia, sinto-me limitada. Isso me irrita. Mas que venham os dias. São apenas quatro semanas.

sábado, 29 de maio de 2010

Os avós


Maternos
Vó Carminha, professora, está toda boba que vai ser avó agora que completou 70 anos, acho que já tinha perdido as esperanças... Gosta de plantas e cachorros. É tão babona (apesar de não admitir) que compra tudo pra Ana, até copinho pra beber suquinho a menina já tem.
Vô Ivan, engenheiro agrônomo, o tipo intelectual (fala Russo e tudo), está me surpreendendo porque, apesar de ser muito fechado, a gente percebe como ele já baba a netinha.


Paternos
Vó Cleo, professora, secretária, craque em jogar paciência e sudoku, amante de cachorrinhos. Vó babona que também proclama aos quatro ventos que agora, com 74 anos, será vovó.
Vô Carlinhos (in memorian), infelizmente não está mais conosco há quase um ano (completo no período do nascimento da neta). O vô trabalhava na Infraero e dizia aos amigos que gostaria de ter um neto. O desejo dele será realizado. E mesmo a Ana não podendo conhecê-lo, com certeza, ela terá muitas das suas características. Ou seja, sua memória estará presente na vida dela.

Os tios



Esses são os únicos tios: Gustavo e Ivana. Os tios não tem filhos. Ou seja, a Ana não tem primos, será a única criança da família.
Gustavo tem 35 anos, é fisioterapeuta e está ansiosíssimo para ver a cara da sobrinha, vibrou quando fez o primeiro contato, via barriga, com a Ana.
Ivana, 39 anos, professora de Inglês, alucinada por animais. Eu tenho certeza que a Ana vai ser fã da tia, só vai querer ficar na casa dela, porque a Ivana tem muitos brinquedos, coleção de Barbies, milhares de enfeites de cabelos, toca violão, viola e violino e, ainda por cima, incentiva crianças a brincar na água, na terra, faz vozes de desenhos, inventa musiquinhas. Para um adulto, ela é péssima influência para uma criança, pois deixa fazer o que quer, mas para uma criança, ela é uma guru da liberdade.
Os dois são meus irmãos, o Antonio é filho único.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os pais da Ana


Preciso apresentar a (louca) família da Ana que, apesar de pequena, faz um mega movimento.
Começamos pelos pais:
Eu, Flavia, a mãe, 36 anos no momento, professora de História com especialidade em História do Brasil, ex lutadora de kickboxing (cheguei a faixa verde), amante das artes em geral (do circo à literatura), cheia de manias que tenho vergonha de confessar, cristã, aliás, minha vida é movida por Deus. Costumo dizer que nasci pra ser mãe, sempre pensei nisso e sempre tentei me preparar pra ser a mãe de alguém.
Antonio Cesar, o pai, 31 anos (agora, dia 12 de junho), designer gráfico e fotógrafo, um artista, aliás, está preparando um lindo layout para esse blog, sua mania atualmente é acompanhar a subida e queda da bolsa de valores (acho que é o
desespero material de ser pai).
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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Iniciando

Antes desse blog, já tive váários, mas com o tempo, eles se desfizeram no corre corre dos meus dias. Mas esse é especial. Trata-se da minha filha, Ana, que ainda não nasceu, mas já tem uma história que, por enquanto, está ligada com a minha, completamente.
No momento, ela está com 35 semanas e alguns dias (que eu nunca sei ao certo), dentro do meu ventre. Pra mim, não é um feto, e sim um bebê, uma pessoa sendo formada, porque já interage muito com o mundo aqui fora. Mexe-se toda e se a tocamos, através da barriga, ela responde. Isso é o máximo!
O que me inspirou a fazer esse blog foi a leitura de outros blogs, de mamães e futuras mamães. Descobri que esse é meu passatempo preferido ultimamente: ler blogs de grávidas. Mas o que me motivou mesmo foi o Esperando Vicente, de uma mamãe que conheci lá no E-fammily (fórum de troca de experiências entre treinantes, grávidas, mães...).
A minha intenção, já que não criei um blog para acompanhar toda a minha gravidez, será o de relatar esse finalzinho até a vida longa da Ana aqui fora.
Tantos amigos longe me perguntam sobre ela e aqui as notícias estarão fresquinhas.
Quanto ao nome do blog: tem a ver com a história do nome dela. Existe uma história hebraica, no I livro de Samuel, de uma mulher chamada Ana que desejava muito ter um filho e ela pedia ao Senhor; ela engravida e faz um pacto com Deus de deixar seu menino no templo pra futuramente ser um sacerdote. Ela deixa seu filho no templo, logo depois de ser desmamado e de ano em ano, ela ia ao templo visitá-lo e levava-o uma túnica, tecida por ela. Ela passava o ano todo tecendo essa túnica. Seu filho, futuramente, se tornaria o sacerdote Samuel, que teve um papel importante na história antiga do povo de Israel. Esse ato de Ana, de tecer a túnica, tem um significado espiritual riquíssimo. Pensando pelo lado humano, Ana devia ficar morrendo de saudade do seu filho e o que a ligava com ele era a túnica que ela tecia o ano todo. Era a ligação de sua história com a de seu filho, o que ela tinha como tão precioso e desejado.
Com certeza, a minha (olha a expressão de possessividade) Ana vai tecer várias túnicas para formar a sua história e eu, como mãe dela, começo a relatar esse tear desde agora.
Xiii, filosofei e viajei demais.
Por enquanto é só, sem mais...
 
A Túnica da Ana