segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre os mitos de ser mãe


Sempre ouço vários comentários sobre as características das mães, principalmente as de primeira viagem. Mas não me encaixo em muitas delas. Às vezes chego a pensar se não tem algo errado comigo.
Choro até hoje ao ver ou ler sobre o nascimento de um bebê. Esperava que quando chegasse a minha vez ia me debulhar em lágrimas ao ver a minha cria. Mas nada disso aconteceu. Fiquei estatelada, sem nem um pingo de vontade de chorar quando a vi pela primeira vez. E confesso que pensei: "poxa, que bebê feio". A minha ficha ainda não caiu por completo. Tem hora que olho pra ela e tenho momentos de 'ficha caída', fico pensando: "Caramba, essa é a minha filha que eu sempre sonhei". O meu amor por ela cresce a cada dia, mas não surgiu imenso quando ela nasceu.
Dizem que mãe quase morre ao ver o filho tomar vacina. Não tenho problema com isso, levo-a e olho numa boa, não fico com pena quando ela chora por causa da picada da vacina. Tenho mais dó quando alguém a pega no colo e ela não quer, quer dormir ou quer voltar para o meu colo. Isso sim me parte o coração.
Achava que não suportaria vê-la se machucar (acho que ainda acho), mas as vezes em que ela cai, algumas até com sangue, eu consigo manter a calma, ficar tranquila. Se o tombo é de leve, eu olho pra ela e digo que não se preocupe, que é só se levantar de novo. Ela já até se acostumou a não chorar por qualquer tombinho. Agora, quando o tombo é mais feio, como bater com a cabeça em algum lugar ou cair de mal jeito, eu a pego em silêncio no colo, sem demonstrar desespero, e a acalento. Nunca imaginei que conseguiria.
Não tenho mania de esterelizar tudo, não deixá-la no vento, não deixá-la engatinhar no chão duro e limpar toda hora um brinquedo que cai no chão ( o pai se desespera por causa disso).
Também não sou possessiva com ela, deixo os amigos a pegarem no colo, brincar com ela. Sou tão permissiva que agora estou restringindo mais, até o dia em que deram 'guaraná natural' pra ela beber sem a minha permissão.
Aliás, o que eu sou chata é em relação ao que ela come. Os mais velhos tem mania de querer dar tudo que estão comendo pra ela beliscar. Não gosto que passem por cima de uma exigência minha em relação a educação da minha filha. Se eu sou a mãe, tem que perguntar a mim e respeitar a minha decisão.
Apesar de ser mãe de primeira viagem, não me considero com excesso de cuidados, deixo-a a vontade pra engatinhar pela casa toda (sob a minha supervisão, dependendo do cômodo), não me desespero se ela põe a mão no chão e depois na boca.
Não sofri ao deixá-la com minha mãe no primeiro dia de trabalho. Talvez por não trabalhar todo dia, não sei.
Mas tenho o lado deslumbrada também. Vibro para cada novidade no desenvolvimento dela, como se fosse o único ser da Terra que sabe bater palma, dar tchau ou ficar de pé.
Estou longe de ser perfeita e nem tenho a pretensão de ser um super mãe. O que acho que nem é tão bom para um filho ter uma super mãe. Luto pra ser uma mãe feliz, equilibrada e segura para criar da mesma forma a minha filha.

Um comentário:

Camila disse...

Ih, eu sou igual tbm!
Olívia vive no chão, não esterilizo mais nada faz tempo, ela vive pondo a mão no chão e depois na boca e é a vida! hehe
Sem falar que tenho cachorro e se for ficar preocupada em esterilizar tudo eu fico louca!
Tbm nao tenho essas frescuras com vento e gripe e tal.
Tbm sou implicante com a comida! É a única coisa que sou chata.
Ah sim, tbm nao gosto que peguem ela pra levar ela pra outro lugar sabe? Minha sogra é uma que sempre que vamos na casa dela ela quer pegar a olivia e levar nos apartamentos vizinhos pras amigas verem ela. Nao gosto. Nao deixo. Vou junto! hehe
Fora isso, sou bem relax!

 
A Túnica da Ana